domingo, 30 de setembro de 2012

O Que Aprendi na UFRGS

 Ao contrário do que talvez se possa imaginar, esse post não é sobre o conhecimento acadêmico que adquiri na UFRGS. É sobre o conhecimento, por assim se dizer, de vida.

 Só nesses poucos meses, foram tanto coisas boas como ruins. Tanto coisas sérias quanto engraçadas. Algumas pessoas podem se espantar
 com o que eu aprendi("caramba, mas só aprendeu agora??"), mas o fato é que eu tive, nesse sentido, o privilégio de estudar numa escola com uma ótima infraestrutura, com professores que, se não me amavam, pelo menos gostavam muito de mim. Hahaha.

 Começarei com o que eu gosto de chamar de "Pequenos Luxos da UFRGS". Em todos os meus 17 anos de Objetivo certas coisas e situações que, ao que tudo indica são comuns em outras escolas, nem me passavam pela cabeça. Imaginem então minha surpresa, no início das aulas, ao perceber que nem sempre existe um bebedouro com água geladinha e sem gosto de terra em cada corredor? Ou que nem sempre há um banheiro por perto? Limpinho, então, nem se fala.
 Por sinal, eis o campeão de novidades na minha vida na UFRGS: o banheiro. A primeira vez que entrei no banheiro e dei de cara com um rolo coletivo, no esquema "pega sua parte e vai", ao invés de papel higiênico em cada cabine, quase chorei. Pobre jovem iludida, mal sabia eu o que me aguardava. Não demorou muito pra eu ir ao banheiro com a bexiga quase explodindo, já que tem que caminhar quilômetros pra encontrar um, e dar de cara com a coisa mais aterrorizante da minha vida até então: NADA DE PAPEL. Necas de pitibiribas. A solução? Moças mais perspicazes que eu me incutiram o sábio costume de carregar lenços de papel na bolsa, porque lá essa falta de papel é pra lá de comum. Como vocês podem deduzir, papel higiênico no banheiro é uma espécie de luxo da UFRGS.
 Aí surgem os graus de luxo num banheiro:


  • Papel Higiênico - luxo básico(por mais contraditório que isso soe)
  • Papel toalha - luxo mediano (50% de chance de ter)
  • Sabonete - luxo alto (a título de curiosidade: esse "sabonete" é um líquido esbranquiçado, de propriedades químicas desconhecidas, que geralmente é armazenado numa garrafinha de água sem rótulo, com um furo na tampa)
  • Espelho - super mega ultra hiper dipper flipper master blaster duplex platinum plus LUXO(creio que enfatizei o suficiente).
 Mas não se preocupem, eu já peguei o jeito da coisa. É capaz até de eu fazer um mapeamento dos melhores banheiros e bebedouros de cada área de cada campus e deixar como legado aos futuros alunos.

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Essa foi a parte engraçada, ok? Agora vem a parte séria.
 Logo nas primeiras semanas de aula, passei por uma situação aparentemente pouco grave, mas que me fez ter uma boa dimensão do quanto é diferente minha experiência no Objetivo com o que geralmente se tem numa instituição de ensino. Vamos lá.

 Estava eu, feliz e contente, na aula de química inorgânica. Estávamos fazendo um teste, duas questões apenas. A professora havia estabelecido o tempo de prova entre 08:45 e 09:45 (ou algo nessa faixa de tempo), então eu estava fazendo com toda calma e capricho do mundo. Eis que, passados dez minutos, ela se deu conta de que era tempo mais que suficiente, e resolveu alterar: o teste terminaria às 09:00, ou seja, em cinco minutos. Essa mudança gerou aquela barulheira: pessoal cochichando, pessoal levantando pra entregar... Nesse meio fiquei eu, que ainda tinha que passar à caneta, tentando escrever rápido. Daí o cisto começou a doer, eu não conseguia me concentrar com tanto barulho e foi aquela coisa linda. O bolo de gente que estava em torno da professora havia acabado de se sentar, quando me levantei para entregar o teste. A professora se recusou a aceitar a folha. Nessa hora quis chorar de raiva, quis amassar o teste e ir embora da aula, quis matar alguém... mas eu resolvi voltar pro meu lugar e bola pra frente. A professora, afinal, não sabia do meu cisto. Ela só estava tentando ser firme (apesar de eu ainda achar incorreto diminuir o tempo de prova depois de ela já ter se iniciado). No fim das contas, várias outras pessoas ainda não haviam terminado e ela acabou recebendo os testes de todos.

Fim de caso, sem maiores problemas. 

 Mas esse evento me deixou pensando na relação maravilhosa que eu tive com os meus professores, em como eu fui abençoada por poder viver 17 anos numa mesma escola, com gente que me conheceu desde pequena e que sempre foi o máximo comigo. Para finalizar, gostaria de agradecer aos meus grandes professores e professoras: Luciane, tia Íris, tia Beth, Valéria, Betinha, Isa, Nanci, Marli, Ana Lúcia, Marisa, Adriana, Sandra, Claudia, Betina, Andréia, Vanessa, Débora, Pereira, Bira, Cacá, Sidney, Orsi, Paulinho, Pandolfi, Módolo, Araújo, Fábio, Paulo, Gustavo, André, Manetta, Saulo, Tiago, Carlos, e tantos outros que estiveram em algum momento comigo nesses anos maravilhosos!

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