domingo, 25 de março de 2012

Prólogo - Os Trotes

Minhas aulas no curso de Ciências Biológicas, na UFRGS, começaram dia 05/03, há três semanas.


 No dia da matrícula, 14/02, o Alex foi comigo até o Campus do Vale. Antes da papelada em si, teve uma palestra com a profª Marion. Ela fez alguns comentários muito pertinentes sobre como quem projetou os prédios lá não era nada criativo - são todos praticamente iguais. Conheci rapidamente alguns colegas e fui direto esperar a matrícula. A minha era às 10:00, logo em seguida. Preenchi tudo, peguei as nove cadeiras possíveis, peguei meu brinde (a pulseira azul aí de baixo)... mas voltei para casa cedo. Depois descobri que as matrículas iam até de tarde, e que enquanto isso o povo foi fazer uma trilha. Fiquei com invejinha.

 Segunda-feira, 05/03, dia de trote. Aquela coisa "querida": tinta, purpurina... Tudo isso no Campus do Centro, que é onde temos aula segunda. Depois da pintura básica, nossos veteranos mui misericordiosos nos coagiram a ir, de elefantinho, até a Redenção.

 Não esquecendo da parada no meio do trajeto, para a realização da edificante "ola de bunda", virada para a avenida. E com direito a erva-mate nas calças de quem errasse. Foram necessárias só umas... dez tentativas.
 Chegando na Redenção, fizemos uma roda. Cada apresentou-se, dizendo:
  • Nome;
  • Idade;
  • Estado Civil;
  • Cidade de Origem;
  • Motivo de escolher a Biologia;
  • Orientação sexual;
  • Posição preferida.


 Depois disso, hora de recolher dinheirinho. A meta era R$70 por bixo, até as 18:00. Nessa árdua jornada, fui atrapalhada acompanhada pelo Ítalo, que acabou com a pouca simpatia que alguém pudesse sentir por uma caloura sozinha tentou com toda sua boa vontade arranjar umas moedas.



 Verdade seja dita, a gente tentou. Andamos até quase a Cidade Baixa, tentamos cinco semáforos diferentes... Tomamos duas lições de moral, um "NÃO" homérico seguido de um "nada pessoal", várias balançadinhas negativas de cabeça... Quando eram 16:30, finalmente achamos um lugar. Nosso esquema foi se sofisticando: esperar o sinal fechar e partir pro ataque, um de cada lado da rua. Entre uma rodada e outra, encontramos uma senhorinha muito simpática, uma futura professora, um pai de outra caloura, a diretora do Conselho Regional de Biologia(!)... e tudo isso nos rendeu R$66... pros dois. 
 É, falhamos miseravelmente. Mas, em compensação, conseguimos água gelada de graça duas (DUAS!) vezes num mercadinho lá perto. Voltamos pra Redenção achando que íamos ser empalados pelos veteranos, mas nem foi tão ruim assim. Ruim foi descobrir que algumas pessoas tinham conseguido os R$70, e até mais!

 Depois disso, hora de ir pra casa. A moça ao meu lado no ônibus estava se coçando só de me ver - isso que eu tinha tirado a maior  parte da tinta e erva-mate dos braços e cabelo durante a tarde. Cheguei aqui no 103 com cara de zumbi saído de campo de paintball - o Alex não estava, graças a deus.
 Tomei o maior banho da minha vida:
  • Três lavagens de cabeça até parar de sair água marrom;
  • Dez minutos esfregando a tinta dos braços;
  • Uma volta ao chuveiro para tirar a tinta vermelha do ombro;
  • Uma volta ao chuveiro para tirar a tinta azul das costas;
  • Mais uma volta para tirar o resto de tinta azul das costas.
 Ainda ficou uma mancha azul no meio das costas. Deixei lá. Algumas horas mais tarde, passei o dedo na orelha. Saiu preto. TINHA TINTA ATÉ DENTRO DA MINHA ORELHA! Tentei tirar, não saiu tudo. Deixei também. O mais engraçado foi o Alex reparar nela depois, e eu responder "eu sei".


 Quarta-feira, 07/03, mais trote. Dessa vez, no Campus do Vale. Elefantinho básico, fomos até o Seu Pedra (difícil explicar, melhor ver a foto). 

Voltamos, fizemos o Juramento do Biólogo, saudamos a árvore.

 Depois, a parte mais incrível, fantástica, arrasadora, sensacional e mágica do trote: as Guerras Saponáceas da Biologia. No começo estava todo mundo muito comportado, quase parecendo gente civilizada. Não durou muito. Logo logo o povo foi ficando animado e só faltou rolar sangue até sangue acabou rolando (nada muito grave, lógico).


 Meu time (Branco) acabou perdendo, mas eu, Gabriela e Janaína conseguimos evitar o vexame.




 Assim terminaram-se os trotes. Assim inicia-se a vida universitária dos BIOBixos 2012/1. O clima é dos melhores, com previsão de altas histórias nesse futuro!

Prólogo - A Casa

Cheguei aqui dia 12/02, há um mês e treze dias. 


 Os primeiros dias se resumiram a fazer uma mega faxina com direito a esfregar chão e lavar janelas no 103, que estava um pouco mais precário do que eu lembrava. Até surgiu a ideia de chamar o blog de "PORRA, BARATA!!", devido à quantidade das mensageiras de satã que saiam inescrupulosamente pelo portal localizado na área lateral do apto - a.k.a. ralo gigante, entupido e sem rede
 Tentei isca mata-baratas, SBP, confronto direto, nada adiantou. As malditas realizavam proezas inimagináveis,como passar por janelas fechadas na cozinha (todas devidamente borrifadas com SBP) e passar pela porta cozinha/sala, que havia sido generosamente borrifada com o veneno.
 Depois de algumas noites de batalha, joguei a toalha e liguei para minha mãe. E eis a fórmula que recebi: pano sobre o ralo + removedor = vitória. Depois de uns cinco dias repetindo direto o esquema, tirei o pano... e até hoje, mesmo sem o pano, aquelas coisinhas do capeta não voltaram a aparecer!!!












 Outro problema, possivelmente pior, eram os pernilongos. Surgiam de todos os lugares: ralos, frestas de janelas e portas, inferno... Como sobreviver? Eram muitos pra matar na raça e deixar a casa fechada não era uma opção - calor de 35°c ou mais, inclusive de noite. Sem falar dos SBPs da vida que, como todas as pessoas sensatas sabem, só servem pra selecionar pernilongos assassinos mais resistentes. O jeito foi comprar uma daquelas raquetes elétricas pra facilitar o extermínio em massa. Embora não tenha sido uma solução definitiva, foi extremamente divertida.
 Um dia, regando as plantas do quintal, passei o jato de água por uma daquelas folhagens ornamentais, que por sinal estava enorme. De lá saíram muitos pernilongos - eis o covil deles. Alguns dias depois, com minha família já aqui, passei a tesoura de poda na folhagem sem dó. Achei que resolveria o problema, mas funcionou só em parte. Com a Nana, e principalmente o Gianlucca, os pernilongos continuaram pegando pesado. 
 Começamos a apelar: óleo de citronela, SBP automatic, aquela espiral verde de queimar... no fim das contas, alguma coisa funcionou - não o SBP, obviamente. Posteriormente surgiram uns caracóis, quando choveu. Mas eles até que são simpáticos; além do mais, sabem que o lugar deles é no quintal.


 Por sinal, quando minha mãe, a Nana, o Romário e o Gianlucca estavam aqui, fizemos algumas (muitas) coisas. Fomos comprar móveis e eletrodomésticos, fomos de carro até Gramado, onde visitamos a Aldeia do Papai Noel...











 Fomos ao Zoológico de Sapucaia, não levamos a Nana e o Roma ao Cavanhas porque era longe - depois descobri que tem um na rua atrás de casa!
 Devo comentar sobre a pizzaria que fomos em Gramado, que era temática: piratas! E não era um "temático-meia-boca", era "escandalosamente temático"! Logo na porta (do prédio em forma de navio!) um pirata fisgou o Gianlucca, e resolvemos jantar por lá mesmo. Eram pouco mais de 18:30, então estava bem tranquilo. Logo na entrada, um aquário no piso, com carpas. O interior da pizzaria era completamente decorado, as paredes pareciam madeira de navio, as plaquinhas de número da mesa na verdade eram baús... E as pizzas tinham nomes temáticos, como "Sete Mares", "El Diablo" e "Pérola Negra"! Depois de um tempo surgiram chapéus de pirata pra tirar foto, foi uma farra. Os piratas-garçons eram simpáticos, as pizzas eram ótimas (a El Diablo era ardida MESMO), as pias do banheiro eram geniais, a área de recreação para as crianças era um mimo - tinha uma piscina de bolinhas em forma de navio! Resumo da ópera, foi demais. E o Alex perdeu!





 Minha mãe, Nana, Roma e Gianlucca foram embora dia 23/02 (acho). Não deu tempo de eles verem os móveis e tudo mais arrumadinho, mas vou postar fotos aqui. Depois tratei de arranjar as coisas que ainda faltavam, arrumar a baguncinha eventual que é inerente a meu ser... E me preparar para as aulas!