Apesar do trote, tivemos aulas de verdade já na primeira semana. A aula inaugural foi a de "Campo Profissional da Docência em Ciências e Biologia", profª Eunice Kindel. Fizemos uma atividade muito interessante, que consistia em realizar tarefas listadas num papel:
- Encontrar colegas que nasceram no mesmo mês que você;
- Encontrar colegas com olhos da mesma cor que os seus;
- Encontrar colegas que não gostem de chocolate;
- Encontrar colegas que gostem da mesma área que você;
- Encontrar colegas que prefiram trabalho de campo;
- Encontrar colegas que prefiram trabalho de laboratório.
A aula seguinte foi "Biologia Celular I". Primeiro dia, empolgação... cadê? Comecei a ficar com sono. Me senti a maior marginal da terra. Cada vez que as pálpebras começavam a pesar demais, eu sentia a professora me olhando com um ar de "HOJE É O PRIMEIRO DIA DE AULA E VOCÊ AÍ PESCANDO?! NÃO TEM VERGONHA NA CARA NÃO???"; saí da aula querendo me esconder num buraco. Posteriormente, fiquei sabendo que o apelido carinhoso da professora é "Sonífera Nívea". Não me exime de culpa, mas me faz sentir muito melhor. E me faz pensar nos professores maravilhosos que tive.
Fomos liberados da segunda parte da aula, depois do almoço, para o trote. Assim terminaram as aulas do primeiro dia.
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Terça-feira, dia da confusão geral. As aulas foram no Campus do Vale, aquele mesmo, que tem os prédios todos iguais. E distribuídos simetricamente.
A primeira aula era "Física para Ciências Biológicas", prof Thomas Braum, às 13:30. Embora não tivesse o menor palpite de qual a minha turma, nem em que área do campus, muito menos prédio - quem diria sala - seria a aula, correu tudo bem. Achamos o lugar na sorte, sem muito atraso. A sala tinha inclusive ar-condicionado que, diga-se de passagem, é um dos luxos inesperados da UFRGS. Mas isso é assunto pra outro post.
O ponto alto da aula foi a interessante e didática discussão sobre o estrabismo do professor, seguido da informação que nessa disciplina teremos outro trabalho, sobre a aplicação da física na biologia. Pensei na hora em transporte de seiva bruta. Valeu, Pereira!
Segunda aula, 15:30, "Química Orgânica Teórica Fundamental". Acabei sendo mudada de turma (juro que eu não aprontei nada!), e agora tenho aulas com um professor que não faço a menor ideia do nome. Triste.
Intervalo (hora do jantar) das 17:10 às 18:30, quando começa a terrível, pavorosa, nauseante, dantesca e vil... aula de "Cálculo Diferencial e Integral". Apesar disso o professor Leandro Farina é bacana, o que ajuda consideravelmente. A aula passou incrivelmente rápido, sem falar que ele deu um desconto generoso no tempo de aula, se é que vocês me entendem...
Fim das aulas de terça. Voltei pra casa e morri.
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Quarta-feira também não tem aula de manhã. Aliás, tem uma aula só: "Morfologia Vegetal".
Barbada, né? Ainda estou em dúvida. O professor Rinaldo decidiu abolir as aulas teóricas esse ano, o que me deixou meio preocupada. Teremos apenas as práticas de laboratório, mas não sou logo eu que vou reclamar disso!
A primeira aula de verdade foi praticamente ensinar a mexer no microscópio óptico.
De tudo que vimos, a única coisa que eu não sabia antes de entrar na faculdade era a tal da Iluminação de Köhler, que aprendemos na segunda aula de BioCel. Na aula de Morfo, já sabia de cor e salteado.
Nada de terrível na aula em si. Terrível é chegar no prédio, que fica isolado do resto do campus; tem que subir uma escada "querida" pra chegar ao Instituto de Biociências, olha aí:
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Quinta-feira, o dia da maratona. Primeira aula, "Química Inorgânica Ambiental", às 08:30 da madrugada. A professora, Leliz Ticona, é peruana. Ela fala (e escreve) em uma língua mista de português e espanhol, que chama mais a atenção que a aula em si - meus colegas concordam.Segunda aula, 10:30, "Campo Profissional do Bacharel em Ciências Biológicas". Os dois professores principais da disciplina, pasmem, não são biólogos. Ou, como eles disseram, são "biólogos de coração". O clima da aula me lembrou um pouco as aulas de Sociologia no Objetivo, e a avaliação vai ser por participação em aula - estou adorando!
Fim da aula, hora do almoço. Hora de enfrentar a... Fila do RU!!!
Mas a espera na fila é tão demorada assim - o RU é praticamente uma linha de alimentação em série de estudantes. Entra, pega bandeja não-muito-suja, caça uma faca com ponta se for comer carne, serve-se de 2kg de arroz e feijão, reza pra te darem um pedaço comestível de carne, pega salada se estiver disposto a arriscar, pega sobremesa (se for fruta)... Come praticamente sem conversar. Levanta, joga o lixo fora, deixa a bandeja na cozinha e se manda.
A comida do RU não é tão terrível assim - lógico que tem histórias e estórias sobre o que já apareceu por lá, mas ao menos até agora estou sobrevivendo. Tem gente que já passou mal, tem gente que tem estômago de hiena tipo eu e não sente nada... e assim, sobrevivemos!
As aulas do período da tarde são as mesmas de terça. Apesar dos pesares, seja pelos professores de química e cálculo que
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Sexta-feira, aula de "Zoologia de Campo", das 08:30 às 12:00. Ao que tudo indica, teremos vários professores nessa disciplina, mas o professor principal é o Luiz, também conhecido como "Fede-Fede".
<pausa para estranhar o apelido>
Passado o susto, explico: ele pesquisa os Fede-Fede, sorocabanamente (paulistamente, talvez)conhecidos como "Maria-Fedida". Eis o motivo do apelido.
As aulas de Zoo parecem ser bem bacanas. Teremos duas saídas de campo (uma delas inclusive já foi, fica pra ooooutro post!), e a avaliação consiste na apresentação de trabalhos baseados nas saídas.
Nesses dias de saída a aula dura o dia todo, e temos que nos enfiar no meio do mato/mangue/floresta/mar pra coletar dados (e táxons!).
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Essa foi a primeira semana de aulas; essa será minha rotina até semestre que vem. Como diria minha xará, "Talvez a Bio seja um tipo de amostra grátis do paraíso"...
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